June 23, 2008

Abandonada

Por momentos pensei agarrar o céu
Pensei que podia, sem asas voar
Chegar ao horizonte numa noite de bréu
E sentar-me no canto do mundo a sonhar!

Por momentos esqueci-me do vento bramindo no meu véu
Numa esperança risonha que me fez levitar
Cavalgar nas estrelas, qual folha de papel
Sorrindo para os astros, por estar a acreditar...

Mas o gélido sopro do zéfiro soou
Sussurros de mágoas de uma ave que ficou
À espera do silêncio, à espera do nada....

E o manto da noite cobriu o firmamento
Os Querubins vieram enterrar o lamento
Que envolve a minha alma assaz abandonada!