July 11, 2008

Silêncio da manhã

Sentimentos flutuam nas linhas de uma pauta
Abrem sonoridades em semi-breves de encantar
Oscilam através dos sons sombrios de uma flauta
Que deixa cair lágrimas, difíceis de apagar.

Quão melodia breve, esmorece em cosa incauta
Por entre sussurros do vento que teimam em soprar
Notas perdidas, sem rumo na maresia nauta
Onde o barco se afunda, por não ter onde ancorar.

O sol, filtrando enigmas nos céus rasgados
Deixa mensagens em remoinhos cravados
Nas asas deslindadas de uma alma pagã.

Cobre com o manto escuro da noite caída
Pétalas de rosa que murcham sem saída
Invisíveis, no efémero silêncio da manhã.