August 15, 2008

No silêncio da noite

Em silêncio, oiço o traiçoeiro cantar da lua
Lua ilusória, que mistura sonho e realidade
Realidade severa, em melodia também tua
Tua canção que jorra uma cruel verdade.

Verdade do tempo, que me minh’ alma crua
Crua do nada, do acreditar e da vontade
Vontade que foi e que impera assaz nua
Nua de sentido, impregnado de dualidade.

Fecho um baú de sentires neste lugar
Lugar de palavras em rédea solta ao luar
Onde se esconde envergonhado o meu Ser.

Ser que pede ao mar e ao vento o seu perdão
Perdão em gritos surdos de compaixão
Que o levem para um lugar onde possa esquecer!