October 15, 2008

Vida sem cais...

À espera que a noite caia, numa saudade certa
E entre risos abertos e conversas banais
Beijo cada silêncio que de mágoa coberta
Adormece os momentos que passam, sem deixar sinais.

E uma vela, ainda acesa na janela entre-aberta
Arde no silêncio ruidoso de uma vida sem cais
Tornando a minh’ alma cativa, agora incerta
Agarrada a um segredo, silenciado nos umbrais.

Escondo o meu nome e o meu olhar.
Apago da minha vida e do meu respirar
O ar efémero e sufocante de uma ilusão.

Fecho as asas, para não mais poder voar
Tão alto num céu, que apenas me quis ensinar
Que o Amor, caminha de braço dado com a traição!

(porque apenas me sinto traída na minha essência).