February 26, 2009

Nostalgias no seu fim...

Nunca pensei perder-me assim, sem ti
Olho em volta e nada sinto, a não ser saudade
Revejo todos os momentos que contigo vivi
E choro, abraçada a esta triste realidade.

És o Anjo que em toda a minha vida eu pedi
A estrela mais brilhante, de um sentir de verdade
A pedra cristalina, mais preciosa que vi
O Amor que trouxe um fogo que ainda arde…

Não ocultes o brilho deste céu estrelado
Não percas o som deste eterno bailado
Que se esconde por detrás da lua.

Regressa, meu Anjo, ao nosso amor
Esbate ternamente essa tua dor
Pois serei para sempre tua!

Perdão...

Estou pronta para acordar deste sonho adormecido
E sair, lentamente, deste crepúsculo de embriaguez
Para fechar a porta de um passado agora esquecido
E acender uma vela, ao luar, com ternura e placidez.

Estou pronta para contar-te um segredo contido
Na minh'alma que esvoaça o tempo com languidez
Num espaço onde sempre me senti perdido...
Pois hoje, parece que me encontrei outra vez!

Espero que as linhas do destino tomem forma
Que a sagaz liberdade siga a verdadeira norma
De um caminho feito com o coração…

Espero afagar todas as tuas cicatrizes abertas
Chorar contigo, nas horas incertas,
E dar-te, sem vacilar, todo o meu perdão…

Esquecida apenas!

Beijo em silêncio cada pedaço de ti que ficou
Abraço todos os momentos que foram ilusão
Peço que Deus, que me guie para onde vou
E que me faça ouvir novamente uma canção.

Choro as lágrimas que o destino mudou
Esperançada nos sinais vazios desta solidão
Que me envolve em tudo aquilo que sou,
Sem ter de mim, nenhuma compaixão!

Agarro-me à imagem que ficou em mim
Aquela imagem que me faz sentir assim
Completamente perdida nesta vida

Deslindo os meus dedos pelo teu andar
Em caminhos solitários de um pesar
No qual apenas me sinto esquecida!

Perdida

Extenuada num cansaço sem pensar
Fecho os olhos desta página a sangrar
Rasgo os pedaços da minha boca em ferida
Para não mais me sentir assim perdida…

Que o meu Querubim me faça agora parar
Que leia as frases inteiras para me ensinar
Que a dor e a mágoa fazem parte da vida
Pois eu, pobre de mim, não encontro uma saída.

Adormeço no silêncio, quase morta
Não quero jamais abrir outra porta
Quero apenas livrar-me de mim!

Fecho os capítulos de uma história sem nome
Risco todas as palavras de um sobrenome
Que me fez chegar ao fim!

Será?

Estranha saudade que em meu corpo brota
Das entranhas da minh’alma esquecida
Quando olho no céu, o voo de uma gaivota
De olhos fechados para atenuar a partida.

Abraço uma brisa no peito, quase remota
De uma lágrima que cai na despedida
Limpando em minha face, que agora morta
As cicatrizes, numa esperança contida.

Sufoco assim em silêncio o meu pranto
Para não dizer, que ainda te amo tanto
E que te amarei até ao fim…

Aninho-me, neste sonho, chorando
Enquanto vou perguntando
“Será que ainda te lembras de mim”?