April 27, 2008

E a nostalgia está presente...

"Frio
O mar
Por entre o corpo
Fraco de lutar
Quente,
O chão
Onde te estendo
Onde te levo a razão.
Longa a noite
E só o sol
Quebra o silêncio,
Madrugada de cristal.
Leve, lento, nu, fiel
E este vento
Que te navega na pele.~
Sangue,
Ardente,
Fermenta e torna aos
Dedos de papel.
Luz,
Dormente,
Suavemente pinta o teu rosto a
pincel.
Largo a espera,
E sigo o sul,
Perco a quimera
Meu anjo azul.
Fica, forte, sê amada,
Quero que saibas
Que ainda não te disse nada.
Pede-me a paz
Dou-te o mundo
Louco, livre assim sou eu
(Um pouco +...)
Solta-te a voz lá do fundo,
Grita, mostra-me a cor do céu!"

Obrigada Pedro por me trazeres esta doce e tóxica nostalgia...

Há momentos assim, que apenas recordamos...


Tu'Alma Ausente, Eu carente assisti,
Ao pulsar da paixão, que me fez levitar
Esta demente vontade de te ter aqui,
É o toque, de um novo despertar

Deixas em mim, sempre tanto de ti.
Enches de esperança, o meu acreditar.
Vislumbro nuances, como nunca senti.
No silencioso sussuro do teu olhar.

Prende-me a ti, para não te perder!
Indica-me o caminho, alma merecida.
"Não és sequer a razão do meu viver,
Pois tu já és toda a minha vida!"

Meu Deus! Que saudade é esta, que me agonia
Será Loucura?... Ou apenas nostalgia?

13/05/2006

April 14, 2008

Lágrimas ocultas para a Florbela

Eu vejo-as cair dentro ti, sim
Eu sinto-as brotar da tua alma
São as lágrimas que choras na tua calma!

E o teu rosto, minha monja de marfim
Reflectem a brandura plácida do teu lago
Que me faz pensativa neste meu triste fado.

Não silencies essa boca dolorida
Pois tens ainda o rir das primaveras
Que esbate em tonalidades graves e severas
Digna de uma Diva como tu, jamais esquecida!

Não cismes em outras eras
Em que riste, cantaste e foste querida
Não foi, nem por sombras, em outras esferas
Mas simplesmente aqui, nesta vida!

Alma perdida e deserta

Sonhadora uma alma que jaz incerta
Em páginas escritas num instante
Apregoam aos ventos como porta aberta
Para uma dor de despedida infernizante.

Esta alma que vive perdida e deserta
Sedenta e triste, por estar distante
Da quimera de uma vida que era certa
De uma fugaz felicidade como amante.

Acreditei que a vida fosse esperança
Deliciei-me numa eterna aliança
Adormecida em sonhos teus.

E neste manto de retalhos aos folhos
Enganei-me com o brilho dos teus olhos
Pois eram apenas reflexo dos meus!

Amor que morre

Será que o nosso amor morreu nesta luta fugidia
O que dirão quando me virem a chorar
Louca de um lado para o outro a andar
Nos caminhos sem tempo em que eu fugia.

Eu senti no meu peito que ele morria
Mesmo quando o sol não parava de brilhar
Quimera de um sonho que nos fez amar
Miragens terrenas, quem o diria?

Eu não sei bem se para viver
São precisos amores que teimam em morrer
Mesmo antes de desabrochar

Eu não sei bem se para sorrir
São precisos castelos de mentir
Ou frases amargas, que nos fazem sangrar.

Até quando?

Procurei o amor, que me fugiu
Pedi à lua mais do que ela me podia dar
Eternamente no meu âmago quis agarrar
Os pedaços de sonhos de um castelo que caiu!

Luzes acesas numa alma que partiu
Em brandas quimeras que me fizeram sonhar
Sentir, desejar, querer e amar
Em sonhos escondidos de uma rosa que pariu!

Passei a minha vida a amar e a esquecer
Atrás do sol num dia frio para me aquecer
E esqueci-me das brumas em que ando

É isto que me faz viver fugindo
Chorando em pleno atalho bramindo
Ao meu Deus, quando lhe pergunto até quando?

April 11, 2008

À espera da noite

Secretos rumores nas tuas veias escondidos
Caminham encostados pelas vielas das artérias
Arrastando momentos que pensávamos perdidos
Em bolores famintos no reino das coisas sérias.

Medos e receios há tanto tempo esquecidos
Preenchem um profundo vácuo de bactérias
Guiando aqueles que em caminhos sofridos
Se escondem da fome em mácula de misérias.

Partem sem saber para onde vão
Sem destino, sem rumo e sem consolação
Esperando que o silêncio os albergue

Escondem as lágrimas, com orgulho
Dentro de uma alma repleta de barulho
À espera que a noite chegue …..

Preciso de ti

Preciso de ti, e dizer que não sei
É o grito que a minha alma entoa
Como sempre nas palavras que elevei
Lágrimas ocultas de uma vida que ecoa...

Amo-te no silêncio que criei
Dentro de mim a saudade povoa
Em derradeiros momentos em que amei
Frases cristalinas nas águas de uma lagoa.

Nesse silêncio espero ver o teu sorrir,
Que se afasta de mim, com o teu partir
Levando os pedaços que de mim restam

Fecho os olhos para contigo estar
Dormir, sentir e eternamente te amar
Em pequenas ilusões do sentir que já não prestam!

Preciso de ti!