August 22, 2008

Nostalgias, Apenas!

Voltaremos a estar na mesma praia, para pensar
Nas linhas contraditórias, de um destino perdido
Nas palavras que se arrastam num eterno ecoar
E que fazem desta vida, uma página sem sentido.

Voltaremos a estar na mesma pauta, para terminar
A música do Sol, da Vida e de um Sentir esquecido
Em notas que soltas ao vento, eu quis acreditar
Que era impossível estar morto, e de novo ter morrido!

Páginas que se abrem e que se fecham, apenas
Páginas que sangram lágrimas doces e amenas
Sentires mundanos, repletos de saudade.

Livros sem rosto, que marcas deixam
Em todos as folhas que não se queixam
Da diferença entre a ilusão e a realidade!

August 15, 2008

No silêncio da noite

Em silêncio, oiço o traiçoeiro cantar da lua
Lua ilusória, que mistura sonho e realidade
Realidade severa, em melodia também tua
Tua canção que jorra uma cruel verdade.

Verdade do tempo, que me minh’ alma crua
Crua do nada, do acreditar e da vontade
Vontade que foi e que impera assaz nua
Nua de sentido, impregnado de dualidade.

Fecho um baú de sentires neste lugar
Lugar de palavras em rédea solta ao luar
Onde se esconde envergonhado o meu Ser.

Ser que pede ao mar e ao vento o seu perdão
Perdão em gritos surdos de compaixão
Que o levem para um lugar onde possa esquecer!

Quem sou?

Quem sou eu que deambula
Pelos quatro cantos do universo a chorar
Lágrimas ocultas pela dor, que sempre anula
O meu pobre coração a sangrar?

Quem sou eu que pinta de tacula
As paisagens para todos poderem respirar
Se apenas me resta, nesta vida quase nula
O som do meu próprio caminhar?

Sou nada, sou ninguém, uma miragem
Que todos usufruem de passagem
Abrindo e fechando a mesma porta!

Sou efémera fantasia em vil momento
Apenas o trampolim que cai com o vento
Nos sonhos que ficam e onde me encontro morta!

August 06, 2008

Toque de Amor...

Não procuro um nome, apesar de pronunciar o teu
Quando percorro as linhas do teu doce e terno olhar
Mergulho nas sombras reflectidas do teu mundo, no meu
E com as pontas dos meus dedos, sinto o teu amar.

Amar de um toque meigo em cada curva da minha alma
Num sonho, que acarinho, nas noites de saudade
Quando roço os meus lábios nos teus, sem calma
Ao ouvir a tua respiração, que transpira uma vontade.

Vontade do sabor dos beijos na minha pele morena
E das carícias trocadas nos momentos de um sentir
Que em suaves deslindes ecoam pela cama serena
Onde fecho os olhos, para conseguir resistir…

Resisto ao vento e ao mar, que em eterna harmonia
Sopram a tua voz doce, quente e ofegante de paixão
Transbordando o timbre de um sorriso cheio de magia
Em paletes de cor, no arco-íris do meu coração!

E nas pautas dos teus sussurros contidos, não nego
A vontade de sentir o toque da tua língua molhada
A percorrer o meu corpo, quando me entrego
À textura dos sentidos que me fazem sentir amada!