July 25, 2008

Ohne dich kann ich nicht leben

Todos os dias, sem excepção
Entrelaçada nas divagações da minha mente
Não paro de ouvir o meu coração
Horas a fio, tudo o que ele diz que sente...
Oiço palpitações de uma grande ansiedade
Sublinhadas em linhas de frases, que em memória
Amadurecem, linha a linha, para a eternidade
Um devaneio apenas, em que reza a História.
Duvido do tempo, do espaço e do meu sentir
Ando de lado para lado, para poder o tempo passar
Deito-me cansada, mas não consigo dormir
E entrego-me à tristeza que teima em respirar…
Sentires que apagam qualquer esperança
Teorias que espalham o resto que sobra de mim
Untam minhas lágrimas de uma ténue confiança
Abraçando o meu coração, para deixar de sentir assim!
Saudades, apenas!

July 21, 2008

Milagre

Ouvia em silêncio a sua história e pensou
“Como seria possível continuar a viver assim”?
Amarrado a um sonho que nunca transbordou
Os limites de um rio que nem sequer tinha fim…

Tanta coisa por fazer, para trás deixou
Nos limites de uma vida, monja de marfim
Que esconde momentos mágicos que nunca abraçou
Pelo facto de estar alienado do seu Querubim.

E o manto da noite, cobre o silêncio do luar
Em estrelas cadentes que jamais podem voltar
Aos horizontes plácidos de um sonho agre.

Cruzou os braços para nos fazer Acreditar
Que tudo o que sente, não pode acabar
Pois apenas espera que o Universo faça o milagre!

July 17, 2008

Silêncio

Olhando o silêncio nas pálpebras do anoitecer
Viajo triste e cansada neste meu pobre viver
De uma vida em ruídos que teima em soar
Gritos perdidos de uma alma perdida ao luar.

Agarrada a uma esperança que venha embevecer
Momentos sagrados que me impedem de morrer
Por entre os vazios bramidos que pairam no mar
Encho o vazio, por querer estar em algum lugar.

Contemplo, sem pudor, o firmamento
Retenho, na memória e no meu pensamento
Histórias de uma vida que não queria silenciar…

Observo as marcas de toda a dor cravada na areia
Esboço sorrisos sinceros para que toda a gente leia
Que o silêncio, não é mais do que uma forma de Amar.

July 11, 2008

Silêncio da manhã

Sentimentos flutuam nas linhas de uma pauta
Abrem sonoridades em semi-breves de encantar
Oscilam através dos sons sombrios de uma flauta
Que deixa cair lágrimas, difíceis de apagar.

Quão melodia breve, esmorece em cosa incauta
Por entre sussurros do vento que teimam em soprar
Notas perdidas, sem rumo na maresia nauta
Onde o barco se afunda, por não ter onde ancorar.

O sol, filtrando enigmas nos céus rasgados
Deixa mensagens em remoinhos cravados
Nas asas deslindadas de uma alma pagã.

Cobre com o manto escuro da noite caída
Pétalas de rosa que murcham sem saída
Invisíveis, no efémero silêncio da manhã.

July 04, 2008

Se um dia…

Se um dia, sem esperar, partir e jamais voltar
Ao mundo dos vivos, neste meu longo caminhar…
Será que te lembrarás de mim e do meu sentir
E de todos os momentos que ficaram por descobrir?

Se um dia, sem esperar, uma página do livro se rasgar
E nele ficarem, por dizer, as palavras de um sonhar…
Será que as vais ler com atenção e ter coragem para agir
Ou fugirás delas, com receio, alimentando o teu desistir?

Dois segundos parecem sempre uma eternidade
Neste árduo e doloroso percurso para a verdade
Onde espero apenas poder descansar o meu ser…

Observarei todos os pôr-do-sol, com saudade
Ouvirei a nossa música no paraíso de claridade
Até me ser dada, novamente, a oportunidade de te ver…